Quem chega em Niterói pela ponte é confundido com tamanha poluição visual. Entre painéis publicitários, moradias populares e toda sorte de equipamentos navais, um detalhe não passa imperceptível: o Palacete da Condessa. Em plena encosta do morro da Armação, na Ponta da Areia, impõe-se quase sobre a Baía de Guanabara uma construção com ares medievais reinando absoluta aos olhos de quem vai chegando à cidade.
O Palacete da Condessa, ilustre esposa do Conde Pereira Carneiro, não permite desviar o olhar. É um tímido referencial obrigatório da cidade. Histórico, apesar de sofrer com a ação do tempo, atualmente, ao que parece, não é protegido por lei de tombamento. Encontra-se no terreno do Estaleiro Mauá que já ventilou a possibilidade de transformá-lo em Museu da Indústria Naval, mas não há muita informação online sobre essa destinação. Enquanto não ganha destino à altura, sofre com o peso de seu centenário.
O Palacete da Condessa era uma espécie de escritório da família que, a época, era proprietária do Estaleiro Mauá. Aliás, a Família Pereira Carneiro, também foi proprietária do Jornal do Brasil, na ocasião um dos mais importantes e influentes jornais do país. Os deslocamentos da família entre os lados da Baía de Guanabara ainda sem ponte, eram amenizados pelo conforto oferecido pela construção.
Tamanho poderio econômico da ilustre família, teve forte influência no bairro da Ponta d`Areia. Um exemplo dessa influência foi a construção da Villa Pereira Carneiro, construída pelo patriarca para abrigar os funcionários do estaleiro.
O Palacete da Condessa data de 1918 é um ícone da história de Niterói e da indústria naval, necessitando ter uma destinação que preserve sua característica de patrimônio cultural fluminense para as próximas gerações. A construção ajuda a contar sobre a importância econômica que a indústria naval conferiu à Niterói e ao estado do Rio de Janeiro na metade do século passado. É um ícone da história da cidade.