Um afloramento rochoso que faz conexão entre a ciência e a ancestralidade foi descoberto em Búzios. O conjunto de rochas identificado conta a história da colisão África- América do Sul e da separação que ocorreu posteriormente.
A descoberta se deu em uma das visitas técnicas realizadas a convite da Secretaria de Cultura e Patrimônio Histórico de Armação dos Búzios. Visitas como esta têm entre os objetivos a identificação de locais geológicos com importância patrimonial e a secretaria está atuando para salvaguardar a história narrada pelo povo buziano, que também se faz presente na paisagem, rochas, monumentos e costumes que constituem a herança e precisa ser preservada para as futuras gerações.
De acordo com a geóloga Kátia Mansur, essas rochas africanas com dois bilhões de anos colidiram há aproximadamente 500 milhões de anos. Depois, foram separadas vulcanicamente há 130 milhões de anos e deixaram aqui uma parte dessa África geológica, que, muito tempo depois receberia africanos escravizados cujos seus descendentes hoje lutam pelo reconhecimento de sua cultura.
Pangea: o megacontinente
Segundo a Wikipedia, A existência de Pangeia foi sugerida pela primeira vez no início do século XX pelo meteorologista alemão Alfred Wegener, o que criou uma gigante polêmica entre a classe científica da época. Wegener teve como ponto de partida para a sua teoria os contornos semelhantes das costas da América e de África, os quais formariam um encaixe quase perfeito. No entanto, não foi esta observação que foi usada como prova na sua fundamentação científica, mas a comparação dos fósseis encontrados nas regiões brasileira e africana, e a constatação de que os animais que lá tinham vivido eram os mesmos. Como estes não seriam capazes de atravessar um oceano, Wegener concluiu que tinham vivido no mesmo ambiente em tempos remotos.
Esta teoria não foi inicialmente aceita, sendo até ridicularizada pela classe científica. Foi confirmada somente em 1940, 10 anos após a morte de Alfred Wegener.