Serra ou Dilma?

Faltam poucos dias para que nós decidamos o destino do país, já que neste domingo milhões de brasileiros vamos às urnas para decidir nosso presidente pelos próximos 4 anos. Mas uma dúvida assola grande parte da população: em que candidato votar? Realmente a questão é difícil. Os avanços obtidos pela economia concedem ao atual governo o status de ‘salvador da pátria’ - sonho daqueles que acreditam que um dia haverá um para salvar a nação.
Minha  análise sobre as duas candidaturas faz côro com o editorial publicado hoje pelo jornal inglês Financial Times, que considera Serra como a melhor opção levando em conta uma análise macro da questão (clique aqui para ler). Mas questões menos abrangentes devem ser levadas em conta também. O Radar Fluminense, como o nome diz, é um blog do estado do Rio de Janeiro e por isso tem a obrigação de reconhecer que o atual governo tratou nosso estado como nenhum outro governo o fez. O estado do Rio de Janeiro, durante o governo que aí está, foi a unidade da federação que mais recebeu recursos do governo federal. Só que essa constatação pode ser observada sob um olhar crítico. Na minha opinião, essa destinação de recursos recorde só aconteceu porque o estado do Rio de Janeiro é o único estado entre os principais – São Paulo e Minas Gerais, em que o governo tem apoio. No caso dos paulistas e mineiros há uma forte oposição ao governo federal devido a administração desses estados estarem com o PSDB. Isso poderia explicar os investimentos terem sido grandes por aqui. Mas não considero que esta questão esteja ligada, por exemplo, diretamente com a questão do complexo petroquímico – COMPERJ,  que também foi uma grande conquista do estado no período. Independentemente de privilégio na destinação dos recursos, a decisão da instalação do complexo aqui na região foi mais técnica do que política, já que o estado fluminense responde pela esmagadora maioria da produção de petróleo. Outra exemplo de uma conquista importante para o estado é o Arco Metropolitano, obra que servirá para desafogar o trânsito em toda região metropolitana, incluindo na Ponte, Niterói-Manilha e RJ106. A obra ainda não ficou pronta e o ritmo é decepcionante. Fora esses exemplos, não vejo grandes benefícios práticos resultantes dessa parceria estado - governo federal além do status de ‘maior foco dos investimentos federais’. As obras do PAC não são exclusividade nossa, a linha 3 do metrô continua na imaginação, a qualidade de vida sem perspectiva de melhora, segurança pública cada vez pior e o investimento zero em infra-estrutura de transportes etc. E ainda tem gente que defende que está tudo maravilhoso...  Para finalizar, não se pode deixar de falar sobre o petróleo e o caso dos royalties. O estado está prestes a perder sua maior receita, caso a lei de distribuição dos royalties avance. Como se trata de uma disputa política federativa, que tem Rio e Espírito Santo contra os demais estados, apenas o governo federal poderia se mobilizar para não deixar a mudança ir à frente. Essa será a prova de fogo para avaliar se o governo Lula e Dilma são mesmo amigos do Rio de Janeiro. Aproveitando o assunto, vale lembrar que Serra também tem um grande pecado mortal quando o assunto é o petróleo fluminense. O candidato foi autor de uma lei na década de 80 que mudou a tributação do óleo. A lei aprovada tirou do estado do Rio milhões em impostos que deixaram de ser pagos aqui para serem cobrados nos estado de consumo. Esse pode ser um dos motivos que expliquem a rejeição de Serra junto aos fluminenses, já que ele perdeu até para Marina Silva no resultado da eleição no primeiro turno aqui.  Por isso no próximo domingo é preciso votar com muita consciência.

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